quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sorriso

Ela ainda não possuia o rebolado de uma mulher e nem o perfume de quem sabe o que quer, mas passava todos os dias com aquele ar agradável que me deixava louco. Andava com passo levemente apressado e sorria apenas quando passava por mim. Um cumprimento convidativo e sincero. Rfespeitava demais aquela garota para pensar nos pelos pubianos, lisos e novos, se é que já os possuia. Respeitava também meu sentimento por ela, para agarrá-la e tocar seus lábios umidos. Mas imaginava a pele branca de suas costas e coxas se mexendo, balanlando com suavidade. Seus pezinhos delicados de criança que ainda não percorreram caminhos desconhecidos ou descalços. Mesmo com to com todo o calor, me fascinava o fato dela nunca estar de saia ou em uma bçusa mais ousada. Tudo o que vi nela até hoje foi aqueles longos cabelos escuros em uma face branca e encantadora. Penseiem construir uma torre de pedras e ossos que alcançasse as nuvens, e nela trancar toda a sua inocencia e minha paixão, mas seria como prender uma ave rara em uma gaiola e apenas alimentá-la com ratos mortos e o mesmo ar viciado. Como tal ave poderia trocra os ares de um céu infinito por um amor sem tempo?
Como uma alma sem poesia poderia assimilar tanta beleza e dela tratar e proteger? Não poderia jamais me saciar daqueles cabelos ao vento e da boca inocente. Não seria eu a aprensetar a liberdade para ela. Minha obsessão se baseava em achar alguma maldade nel, algum vício, alguma morte nela. Achava que seu corpo combinaria em uma cama de madeira com lírios brancos ao redor e aquele cheiro de flores mortas. Morrer por amor soava como um sacrificio necessario. Passei aquela semana inteira que não a vi, pensando se alguém a admirava com a mesma força. Se ela mesma se entregou a algum corpo desonesto e insensato. Onde estava e o que estava fazendo? Será que alguém descobriu teu nome? Renata? Denise? Sua vida estava em minhas mãos.
Quando ela passou, com o ar inalterado, augusto e provocante aos meus sentidos, sorri de volta convidando-a para um abraço. Não esperava recebe-lo de volta, e muito menos perpetuar auqele abraço longo. Agora conhecia melhor o seu suspiro do que a tua voz. Ela se entregou tão docilmente. Que prazer! Sofia? Ana? Leticia? Coloquei ambas as mãos embaixo das pequenas orelhas e por baixo de seus cabelos lisos. Que olhos profundos me hipnotizaram e quase me transformou em pedra. Que olhos, mal se mexiam, apenas procuravam os meus de volta. Pura como a água de uma cachoeira, caindo e carregando toda a dureza da vida para longe. Os olhos mais inconscientes que já olhara.
Não existia o tempo, não existia o lá fora, nada. Eu a possuia e me perdia ao mesmo tempo. Rastejava os pensamentos puros e renovados de quem achou o fundamental. Nada foi dito, nem depois que pressionei mais apertado seu pescoço quente. Ela nada disse e nem força fez para se livrar de mim, anda não eramos um. Tratei de lhe apertar a bunda com os cindo dedos de cada mão, e puxar seu corpo contra o meu. Ela gemeu disfarçadamente em prazer. Cravei meus dedos em suas costas e encontrei sua boca ate então indecifravel, sua lingua enrolou-se com a minha por horas, salivando como um gato faminto. Seus suspiros me enchiam de tesão e deixavam nosso beijo sem ansiedade.
Desabotoei sua calça e admirei suas coxas brancas e macias, suculentas. A calcinha com desenho infantil implorou para ser atirada longe. Que odor fresco e agradavel saiu das suas pernas. Ela continuava a me olhar com calma e exigencia adoravel de dor e prazer. Deitei-a na mesa e abri suas pernas, beijei-lhe os pés e suguei o interior da sua coxa. Ela já não mantinha os olhos abertos e sussurrava pequenas palavras indecifraveis. Chupei sua bocetinha até sentir sua pélvis se levantar e fazer pressão em minha boca. Que gozo ela tinha, sincero, entregue. Assim que ela se deitou, mordi os lábios finos e senti o sangue escorrer entre meus dentes, em toda sua inexperiencia ela não gritou, nem se contorceu. Aquele mar vermelho se misturou com o seu sangue virgem e deixou um gosto adorável em minha boca.

domingo, 25 de outubro de 2009

Sei Lá

Os versos que compõem a simplicidade de cada momento fazem dele um nobre cantor. Dão uma nova sensação ao paladar desgastado do velho esquio, preenchem vazios imensuráveis com o gasto tocar das notas no braço do seu violão. Conheceu cada detalhe dos quatro cantos, das quatro paredes, seguiu cada um dos ventos que soprou sem rumo. Não procurou a felicidade e nunca maldisse a dor, sempre manteve por perto os sentimentos incertos.
Os dias que pulsaram nas manhãs mal dormidas, culpadas pelos goles de densos refrões da madrugada. E simplesmente tocar, nunca esperou uma moeda, soube que nenhum acorde seria perene, e nenhuma canção efêmera. O instante de paz que a vida proporcionou preferiu dividir com os egoístas que ali se sentaram para uma serenata. Tomou as chuvas que providenciaram a solidão de um eterno andarilho. E pela estrada somou passos com o sol a lhe perseguir pelo milharal.
Quis um dia transformar os rostos deste mundo, mas permaneceu fiel ao instrumento que carregara nos ombros. E não se arrependeu de errar notas desapercebidas pelo publico. Tomou um fôlego para andar mais lentamente, e deixar que lhe ultrapassem os apressados. Preferiu não mais olhar de soslaio e seguiu simplesmente, esperando o dia que andar descalço será a sua libertação. Já não tem mais a quem seguir, e deixou desfeitas as marcas de sua sola no chão.
Brindou o som que o silêncio propôs desde aquele dia que escolheu caminhar pelos compassos assimétricos. Escolheu escalas para subir os degraus impostos a tua frente. Passou pelo muro como se nada houvesse ali, ergueu seus punhos não em riste, mas em entrega. Derramou-se em uma última grande pausa, o homem simples de outrora era agora feito de música sem vitórias e sem derrotas. A pausa se prolongou concluindo a canção.

Humilhados, ofendidos e derrotados

Foi enganado pela interpretação errada das palavras naquela letra de música, achou se tratar de um grande amor, de uma grande transformação, da verdadeira essência. Encontrou força e inspiração para se levantar da cama no dia mais frio de sua existência. Mas não era nada disso, era apenas mais uma música sobre cocaína, a verdadeira paixão de muitos corações.

Enxergou nos corredores do prédio um vazio simétrico, ainda em silêncio pelo gosto horrivel matinal. Escadas disformes fazendo-o tropeçar nos próprios passos. Quis gritar, ou mesmo sussurrar, mas a dor física e emocional o impediam de pensar no que dizer. Perpetuou mais o silêncio, deu vazão ao som do vento encanado.

Aquele era o futuro, agora, acontecendo devagar, para lhe lembrar de cada dor momentânea, mas fazendo-o esquecer da diversão passada. Prazer que foi deixado dentro de uma lata, esvaziada com o passar da noite. As lembraças são vácuos no tempo, embaçadas pela falsa memória e lapsos de consciência.

Não existe orgulho dentro dos olhos de um sofredor, humilhado e ofendido pela própria sensação de desgosto. Uma madrugada tragada, fumada e cheirada, uma noite perdida. Dando voltas no mesmo caminho, dentro de um carro despedaçado, isso sim é liberdade.

Aqueles instantes vão ficar congelados dentro da minha mente, perdidos entre tantos outros. Último lance de escadas, o suficiente para cair derrotado, se entregar ao chão e deixar que ele lhe agasalhe até o próximo amanhecer, ou até o cão lhe acordar com uma lambida de liberdade.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amor e Asco

Estava linda aquela tarde, seu olhar direto para dentro de mim como se acertasse um alvo e seus longos cabelos pretos me provocando, chamando para um abraço. Queria saber dançar, ao menos rodopiar teu corpo para manter o sorriso dos teus lábios constante, a me hipnotizar docilmente. Não cansava de me sentir atraído pelo teu corpo, de devanear planos para nos aproximar ou de assegurar outros sonhos.
O suspiro do ônibus calou todas as minhas sensações, notei que estava debilitado, abatido por um arpão como uma baleia distraída na inconstante imponência do mar. Mas logo tive consciência de como era bom segurar as pequenas mãos enquanto ela embarcava venerada por mim, deixando seu rastro de perfume para trás. O som de suas palavras não fez sentido algum, eu estava em êxtase, delirante, e, no entanto tudo era belo e confortável.
A aceleração do ônibus nos fez tropeçar e selou nossos corpos, suas coxas duras e nuas se entrelaçaram com as minhas, sua bunda protegida pela atrevida saia se encaixou em mim e suas costas bateram contra meu peito. Ainda não decifrei o perfume que me fisgou tão irracional e tolamente. O teu corpo de 17 anos parecia carregar o verdadeiro segredo, você o mostrava e ao mesmo tempo escondia de todos.
Procurei desesperadamente o seu assento, como se a tivesse perdido por um motivo banal e passasse anos a sua procura. Lá estava ela, tranqüila apoiada na janela, o fundo parecia promissor e tão logo notei o seu olhar imperioso, sentei ao seu lado com a mala sobre meu colo. Sua mão delicada firmemente procurou meu pau assim que me instalei e encontrado-o passou a massagear e manusear com destreza e fome, como se fosse perder ele para sempre.
Assim que meu pau ficou duro ela enfiou agilmente sua mão para dentro da minha calça, apoiada com a cabeça no meu ombro e com o corpo debruçado para o meu lado ela se entregou, voraz e sedenta. O suspiro que era emanado de seu ventre acelerava sua caricia, tentei ajeitar a mala sobre meu colo, mas o ônibus não estava cheio e me deu a oportunidade de relaxar e apreciar aquela pequena mão tocar no meu pau endurecido e grosso com tanta vontade. Era ela que perdia a voz agora, tentava sussurrar alguma coisa, mas sua boca se mantinha aberta sem nada proferir.
O prazer se esvaiu em asco, toda aquela lama fétida escorrendo pelo teu corpo me deixava enojado. Tudo em você me deixava enjoado, não precisava mais de ti e desci na primeira oportunidade. Estava longe, minha visão estava embaçada como se eu tivesse acordado agora, não queria notar nada ao meu redor, e muito menos falar com ninguém, você já tinha partido e nada faria por mim.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Amanheceu

Mesmo sem o torpe amanhã
arrebento o elo dos aliados sob arcos e flechas
resisto ao acaso, andando em brasas
com pensamentos de uma mariposa
rompo o diálogo que como um martelo me maltrata

Saber que há um guerreiro ferido pelos cacos da vida
calado e esquecido onde ninguém o enxerga
Dá vontade de urrar toda inutilidade do teu deus
começo a devorar qualquer ideia que me arraste para o hades
então amanheceu a dureza dessa realidade cortando o umbigo da madrugada

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Morrendo de câncer

Com os pés nus no chão molhado ele acende um cigarro, sustentando nas suas costas nada além de ócio. Enquanto preenchia o pulmão, olhava sobre seu ombro esquerdo à procura da companhia. Cheio de coragem sentia a proximidade da morte, silenciava os pensamentos e agradava-lhe o que todos temiam. A morte sussurava por meio do vento úmido que chacoalhava a folhagem. Contava sobre a falta de importância que o mundo e sua existência significavam. Enquanto baforava a fumaça com toda a força contra o céu nublado, sentia-se mais pleno e sereno. Não procurava solução a cada cigarro tragado e, no entanto, era isso que a morte lhe mostrava.

Morte esquiva, sombria e amiga. Ela e o cigarro não preenchiam a solidão, apenas o tratavam como um pássaro trata uma lufada de vento que afasta a tempestade do caminho. Abrindo caminho, solitário na imensidão por entre janelas e percepções alheias aos demais. Espaços desapercebidos, nos quais nem mesmo suas asas sabiam onde levariam. Sem procurar nada, sem segurar nada no trajeto, livre. Como é simples a liberdade, apenas um conceito inútil.

Sentado na escadaria com os olhos ligeiramente tristes de quem enxerga e não mantém diálogo. Visão em chamas, quando o amor novelesco se torna irreal e inalcansável. O cigarro é uma porta para um sorriso inocente de quem percebeu o sopro da morte. Mesmo sabendo que esta pode lhe tocar de leve e desencadear a última dança sem canção da sombra.

Ultimo cigarro. Avisa que o breve momento de silêncio da multidão acabou e os diálogos voltaram para encher a mente. Parte da vida retornou e deixou um cheiro de tabaco queimado nos longos cabelos soltos e no ar que o rodeia. Tudo a seu tempo, morrendo de câncer sozinho.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Preguiça

Leite começou bem o blog!!! está com preguiça !! diz que é escritor mas nunca tem inspiração!!! volte outro dia quem sabe ele escreve alguma coisa.

(estou ocupado demais, coitado daquele que não cultiva o ócio)